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Artista premiada no 62º Salão de Abril Fortaleza Ceará

maio 11, 2011

RESULTADO DA SELEÇÃO DOS PREMIADOS A BOLSA DE   RESIDÊNCIA DO  

SALÃO DE ABRIL 2011

“Toda escolha envolve renúncia. Essa afirmação possui um eco maior na atual edição do Salão de Abril, pois a pesquisa teórica, a qualidade técnica e a ousadia no fazer são dados em comum que entrelaçam todos os trabalhos. Sabemos que o território da arte não é uma zona de conforto, está mais para busca do que para encontro, exige do caminhante uma jornada de herói pela procura dos lugares de abandono do sentido e de reconstrução da subjetividade.

O tema do Salão, “subjetividade das formas do eu”, lançou uma provocação e algumas perguntas. Em tempos batizados como pós-modernos, no emaranhado da teia de percepções de mundo pré- fabricadas, estereotipadas, qual o efetivo espaço do desejo, da liberdade, da autonomia? Na força opressora do poder simbólico, que consegue anuência ao seu ordenamento fútil e egóico sem aparente dispêndio de energia, qual o posição dos artistas diante do que prende, sufoca, mutila? Diante do que constrói grades e cercas na vontade de viver, de criar, de amar e de inventar algo realmente novo, uma outra forma de viver além desta que nos impõem?

A escolha, portanto, foi tarefa árdua. Entre tantas produções primorosas, duas conseguiram um encaixe maior no espaço aberto por nossas expectativas. A primeira, penetrou no âmago de uma camada complexa e profunda. Um sentido humano que nos habita mas que ainda não foi pronunciado nem definido, e que, por isso mesmo, arrebata. Arte, portanto. O trabalho desenvolvido por Angella Conte possui essa força de entreabrir uma janela, uma passagem para o indizível, o inacessível, o vedado. Prisioneiros que anseiam escapulir no mais profundo de nós, no território do inconsciente humano.

Das grades simbólicas para os prisioneiros das grades de ferro e seus familiares, o pictórico de Clarissa Campello revela sentidos menosprezados em uma sociedade que utiliza o cárcere como recurso de controle de classe social. Todos sabem, a maioria finge não saber e o barco segue seu rumo.

Um rumo com incerteza de porvir. Para quem conseguir abrir o cadeado e caminhar com o mínimo de autonomia viver é destino incerto, correnteza violenta, travessia ousada. Eis a escolha: livre ou encarcerado viver? A bolsa residência, com o propósito de aprofundamento de pesquisa, é destinada para as duas artistas citadas acima, com o destaque para o mérito de todos os trabalhos que compõem o Salão.”

Comissão Curatorial

Agnaldo Farias, Andrés Hernandez e Ana Valeska Maia.

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